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Dólar fecha a 5 reais e 39 centavos, a maior alta diária desde março de 2020; Bolsa cai mais de 4%

Ainda não há definição sobre quem estará na equipe econômica de Lula a partir do próximo ano, o que adiciona incertezas e volatilidade no dólar

Publicada em 11/11/2022 as 07:24h por Redação O Sul
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 (Foto: Agência Brasil)

O dólar fechou em forte alta nesta quinta-feira (10), com os investidores reagindo às incertezas em relação ao controle das contas públicas no governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Também pesou contra o real neste pregão a divulgação da inflação de outubro, que subiu acima das expectativas do mercado.

 

A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 4,10%, cotada a R$ 5,394 – a maior cotação de fechamento desde 29 de setembro, quando encerrou a R$ 5,395, e maior alta diária desde 16 de março de 2020, quando subiu 5,16%, durante o início da crise provocada pela covid. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,412.

 

Já o Ibovespa, por sua vez, fechou a sessão desta quinta-feira com uma queda de 3,35%, aos 109.775 pontos, na maior queda diária em quase um ano.

 

Influências

 

No começo da manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), que representa a inflação oficial do país. Em outubro, o indicador teve avanço de 0,59%, após três meses consecutivos de deflação.

 

O mercado já esperava uma alta na inflação brasileira, mas o avanço nos preços foi superior às expectativas de especialistas, que projetavam uma alta média de 0,50%.

 

A maior influência no índice geral veio do grupo “Alimentação e bebidas”, com crescimento de 0,72% e impacto de 0,16 ponto percentual no índice geral.

 

Na sequência das maiores influências estão os grupos de “Saúde e cuidados pessoais” (1,16% e 0,15 pontos percentuais) e “Transportes” (0,58% e 0,12 pontos percentuais). Já o grupo “Vestuário” teve a alta mais intensa, de 1,22%.

 

A nova alta dos preços no Brasil ocorre em um momento em que investidores estão cautelosos com os gastos do novo governo a partir de 2023. Ainda não há definição sobre quem estará na equipe econômica de Lula a partir do próximo ano, o que adiciona incertezas e volatilidade ao mercado.

 

Investidores esperam a nomeação de uma pessoa mais alinhada ao centro do que a esquerda para as pastas da economia.

 

Para cumprir com as principais promessas de campanha de Lula – com destaque para a continuidade do Auxílio Brasil de R$ 600, um auxílio extra de R$ 150 para crianças pequenas e reajuste do salário mínimo –, o governo de transição planeja criar a PEC da Transição, que liberaria cerca de R$ 175 bilhões no Orçamento de 2023 além do teto de gastos.

 

Já no cenário externo, o destaque do dia também fica por conta da inflação, desta vez nos Estados Unidos. O Índice de Preços ao Consumidor de outubro subiu 0,4%, segundo o Departamento do Trabalho do país. O resultado veio um pouco abaixo das expectativas do mercado, de alta de 0,6%.

 

Uma inflação muito elevada na maior economia do mundo pesa contra a valorização do real frente ao dólar. Quando os preços disparam, a estratégia dos bancos centrais é elevar as taxas de juros.

 

Nos EUA, os juros já subiram até um patamar entre 3,75% e 4,00% ao ano, e o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sinalizou que novas altas devem ocorrer nos próximos meses.

 

Juros mais altos impactam positivamente a rentabilidade dos títulos públicos de um país, que passam a entregar retornos maiores e mais atrativos.




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