Diante do recente anúncio do aumento da bandeira tarifária de energia elétrica, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) propõe a retomada do horário de verão ainda este ano. Com a aplicação da bandeira vermelha 1 neste mês, conforme anunciado pelo governo, a discussão sobre o retorno do horário de verão ganha nova relevância.
Desde 2019, quando o horário de verão foi suspenso, a Abrasel defende sua retomada, sob os argumentos de que com mais horas de luz natural, as pessoas tendem a passar mais tempo fora de casa, dedicando-se a atividades de lazer e consumo. Isso aumenta o fluxo de clientes em áreas comerciais, contribuindo diretamente para o crescimento da economia local. Em bares e restaurantes, por exemplo, a Abrasel estima que o horário de verão eleve o faturamento em até 15%. Ainda segundo estimativas de associações de lojistas no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, nos dias de horário de verão, há um aumento de faturamento por volta de 4% para as lojas de rua.
Além disso, conforme a Abrasel, muitos negócios aproveitam as horas extras de luz para estender seu horário de funcionamento, atraindo mais clientes e gerando mais receita. De acordo com informações do Google, o maior movimento em bares e restaurantes no Brasil ocorre entre 18h e 20h durante a semana. Com o horário de verão, esse pico pode se estender.
Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, reforça que a volta do horário de verão traz vantagens significativas não só para o setor de alimentação fora do lar, mas para o país como um todo. “A implementação do horário de verão maximiza o uso da luz natural, prolongando as horas de sol ao final do dia, o que incentiva atividades econômicas e sociais durante esse período. Além disso, contribui para a redução do consumo de energia, o que é particularmente importante neste momento de aumento das tarifas.”
Com o aumento da tarifa de energia trazendo novos desafios para empresários e consumidores, a Abrasel acredita que este é o momento oportuno para rediscutir o horário de verão. “Estamos confiantes de que o governo e a sociedade ouvirão nossos argumentos e considerarão os benefícios abrangentes que o horário de verão proporciona. Não se trata apenas de uma questão de economia, mas de melhorar a qualidade de vida dos brasileiros e estimular a economia em diversos setores”, afirma Solmucci.
A bandeira tarifária vermelha 1, que representa um custo adicional de R$ 4,46 a cada 100 quilowatt-hora (kWh), afeta diretamente os custos operacionais de diversos negócios.