O Supremo Tribunal Federal (STF), Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Polícia Federal (PF) foram alvos de ataques cibernéticos que geraram instabilidade nos sistemas após decisão da Corte de banir a rede social X (ex-Twitter), do bilionário Elon Musk. Na tarde de terça (3), a PF informou que investiga a ofensiva contra sua rede de informação.
“A Polícia Federal investiga ataque cibernético que gerou instabilidade em serviços prestados pela instituição nesta terça-feira (3/9). O acesso aos serviços já foi restabelecido e não foi detectado comprometimento aos sistemas e acessos a dados da instituição”, diz a corporação.
Em nota, o STF explicou que os ataques ocorreram no dia 29, depois da decisão em que Moraes determinou que o X indicasse um representante legal para a plataforma no Brasil. A Anatel informou ter observado um aumento nos ataques “que ocasionou instabilidades momentâneas”.
“A Anatel esclarece que, como uma organização pública de grande relevância, é alvo frequente de ataques cibernéticos, especialmente em circunstâncias que envolvem temas sensíveis. Após a decisão do STF de bloquear o “X”, a Agência observou um aumento esperado nesses ataques, o que ocasionou instabilidades momentâneas em seus sistemas e redes. Em resposta, a equipe de TI da Anatel agiu de forma contínua para mitigar os impactos e garantir a segurança das operações”, disse a agência.
De acordo com a agência, os sistemas foram “prontamente restabelecidos, e medidas adicionais foram adotadas para fortalecer a infraestrutura de rede, assegurando a continuidade dos serviços prestados à sociedade. A Anatel continua a monitorar a situação de maneira proativa e reafirma seu compromisso com a segurança cibernética e a proteção dos dados, mantendo as melhores práticas para resguardar suas operações e o atendimento aos usuários”.
Já o Supremo informou que seus sistemas foram atacados de forma simultânea e ficaram inoperantes por dez minutos.
“No último dia 29/08, sistemas do STF foram alvo de um DDoS (ataque de negação de serviço), ou seja, milhares de acessos simultâneos com o intuito de desequilibrar a rede e inviabilizar os serviços. Os sistemas ficaram inoperantes por menos de 10 minutos. A equipe técnica do tribunal agiu rapidamente, retirando os serviços do ar e implantando novas camadas de segurança, de modo que todos os acessos foram normalizados e não houve nenhum prejuízo operacional ao Tribunal”, informou a Corte.
Moraes determinou na sexta-feira (30) a suspensão do X, rede social do empresário sul-africano Elon Musk, no Brasil. A decisão foi dada após a plataforma descumprir a ordem dada dois dias antes para indicar um representante legal no país, no prazo de 24 horas. O magistrado estipulou ainda multa de R$ 50 mil para qualquer pessoa ou empresa no país que usar X.
Essa é a segunda decisão de Moraes suspendendo uma plataforma no país. Em 2023, o magistrado chegou ordenar o bloqueio do Telegram, aplicativo de troca de mensagens, mas voltou atrás após a empresa indicar um representante.
Na decisão de sexta, Moraes também chegou a determinar que lojas virtuais de Apple e Google bloqueassem a oferta de aplicativos de VPN. A ferramenta é usada para mascarar a origem do acesso de um usuário ou estabelecer uma rede segura — muito acionada, por exemplo, para trabalho remoto. No início da noite, porém, Moraes recuou e disse que revogava esta ordem até que as partes se manifestassem sobre o assunto.