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No interior de SP, 48 cidades estão em alerta máximo para novos focos de incêndios

A polícia prendeu mais dois suspeitos de provocar as queimadas. Escolas começaram a semana fechadas por causa da fuligem.

Publicada em 27/08/2024 as 06:17h por Por Jornal Nacional
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 (Foto: Reprodução)

A chuva ajudou a conter o fogo no interior paulista, mas 48 cidades estão em alerta máximo para novos focos de incêndios.

 

O reforço no combate aos incêndios chegou com 12 mil litros de água despejados de uma única vez. A melhora das condições do tempo permitiu que o avião KC 390 da FAB iniciasse os combates aos focos de incêndio que ainda seguem ativos na região de Ribeirão Preto. É a primeira vez que a aeronave é usada em missões fora de áreas de florestas. Exército e Marinha mandaram dois helicópteros que também entraram em operação na segunda-feira (26).

 

"Eles têm uma capacidade de carga obviamente muito menor do que a do KC, mas para pontos mais localizados, usar o helibalde, como chamamos, tem condições, como vocês viram lá, de ajudar efetivamente no combate aos focos de incêndio mais localizados”, diz Guido Amin Neves, Comandante Militar do Sudeste.

 

O Inpe registrou 3.482 focos de incêndio no estado de São Paulo no mês de agosto - quase dez vezes mais que no mesmo mês de 2023. É o pior agosto desde que as medições começaram, em 1998.

 

Em Pradópolis, os incêndios mataram mais de 200 animais, destruíram casas e plantações, e atingiram parte de um assentamento com 360 famílias. Em Dumont, o fogo passou em minutos de um canavial para um pátio da Polícia Civil, centenas de carros queimaram. Em Olímpia, na região de São José do Rio Preto, o fogo devastou mais de 12 mil hectares - canaviais inteiros e plantações de laranja e seringueiras foram destruídos.

 

"A destruição é muito grande. Hoje, já temos um levantamento em torno de R$ 100 milhões de prejuízo aos agricultores”, afirma Rubens Gianotto, secretário de Agricultura de Olímpia.

 

No fim da tarde, a polícia prendeu mais um suspeito. Um homem detido em flagrante ateando fogo em um terreno próximo à zona rural de Batatais, na região de Ribeirão Preto.

 

Na segunda-feira (26), em entrevista à GloboNews, o governador Tarcísio de Freitas falou sobre as investigações e a prisão dos suspeitos.

 

"Pessoas que portavam gasolina e que estavam realmente ateando fogo de forma criminosa. É difícil dizer agora se há uma ação coordenada, não nos parece que haja, e qual é a motivação por trás disso. Então, agora, vamos aprofundar as investigações para ver a motivação. Então, é o que vai ser investigado agora pela Polícia Civil, e a Polícia Federal também instaurou o seu inquérito, o seu procedimento investigativo”, disse.

 

O secretário nacional de Proteção e Defesa Civil afirmou que os incêndios são resultado da ação humana.

 

"Em dois dias apenas, e tudo começou no sábado, praticamente 50 municípios ao mesmo tempo tiveram incêndios iniciados. Então, 99,9% desses incêndios foram causados pela ação humana”, diz Wolnei Wolff.

 

Depois de quatro dias de incêndio, na segunda-feira (26), finalmente o céu ficou claro em Ribeirão Preto. Mas os efeitos deste pior agosto dos últimos 26 anos ainda causam transtornos: a fumaça e a fuligem prejudicam milhões de pessoas que vivem no interior de São Paulo.

 

As casas estão cobertas de fuligem. Por causa da sujeira, onze municípios da região cancelaram as aulas nesta segunda-feira. Só em Ribeirão Preto, 50 mil alunos de 140 escolas da rede municipal ficaram sem aula.

 

"Nunca vi a escola assim. Bem complicado, está bem difícil aqui. Vai o dia todo. Como que as crianças respiram isso aqui? Não tem como”, diz a auxiliar de limpeza Jaqueline Germano.

 

 

 

 




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