O aumento em até 4,5% no preço dos medicamentos entrou em vigor no domingo (31). O percentual foi definido pelo conselho da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos com cálculo baseado no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do período de março de 2023 a fevereiro de 2024.
Neste ano, o reajuste do preço máximo foi igual ao índice da inflação e deve atingir cerca de 13 mil produtos. O incremento já era estimado pelo Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos).
O Ministério da Saúde destacou que o reajuste é o menor praticado desde 2020 e que o percentual não é um aumento automático nos preços, mas uma definição de teto permitido de reajuste.
“O Brasil hoje adota uma política de regulação de preços focada na proteção ao cidadão, estabelecendo sempre um teto para o percentual do aumento para proteger as pessoas e evitar aumentos abusivos de preço”, reforçou Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde da pasta.
Somente uma vez por ano as indústrias farmacêuticas estão autorizadas a alterar os preços de seus produtos, para compensar os aumentos do custo de produção acumulados nos 12 meses anteriores.
Cabe à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a elaboração de um cálculo que garante o reajuste. O controle ao qual o setor farmacêutico é submetido coloca como teto o aumento de 4,5% em todos os níveis. As farmácias podem realizar os incrementos de uma só vez ou ao longo do ano, desde que não extrapole o limite estabelecido.
Economizar
Não é somente entre farmácias que o preço pode variar. Uma mesma drogaria pode ter preços diferentes, dependendo do dia e do horário da compra, da barganha feita com o gerente e do convênio de saúde que o consumidor tem, entre outros fatores.
Para fazer um bom negócio, o Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo, recomenda calma. O ideal é planejar a compra de medicamentos cuja necessidade não seja urgente. E não resolver cumprir essa tarefa num intervalo curto de tempo enquanto está na rua:
“Cumprir estratégias para economizar demanda tempo. Então, o ideal é não comprar os remédios com pressa. E, se for um medicamento de uso contínuo, comprar em quantidade, atentando, é claro, para o prazo de validade.”
Veja a seguir dicas de como economizar na compra de remédios e driblar a dupla alta dos preços deste ano:
* Compare preços entre farmácias e, quando a compra não for urgente, busque preços de uma mesma farmácia em dias e horários diferentes.
* Barganhe no balcão
Como a precificação de medicamentos é dinâmica, converse com o gerente da farmácia e procure saber se a cobrança feita é a mínima por aquele remédio. Fale sobre as propostas das concorrentes e, se for comprar um medicamento de uso contínuo, negocie um desconto para comprar maior quantidade. Angelo Miguel Alves lembra, no entanto, que é sempre importante certificar-se de que o medicamento tem uma validade longa.
* Consulte preços de genéricos, após se certificar com o médico ou farmacêutico se a troca é adequada.
* Verifique seus direitos em programas públicos
A Farmácia Popular tem medicamentos gratuitos ou com uma redução significativa dos preços, e diversas prefeituras fornecem medicações em seus postos de saúde.