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Imprensa internacional repercute indiciamento de Bolsonaro por fraude em cartões de vacina da covid

O ex-presidente foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações do governo

Publicada em 20/03/2024 as 07:45h por Redação O Sul
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 (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

A imprensa internacional repercutiu o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pela Polícia Federal (PF) nessa terça-feira (19) pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações no caso que apura a falsificação de certificados de vacinas de covid.

 

Há a suspeita de que o ex-presidente Jair Bolsonaro tenha participado de um esquema para forjar certificados de vacinas de covid, e o indiciamento significa que a PF reuniu elementos suficientes para acusá-lo dos crimes.

 

Outras 16 pessoas também foram indiciadas pela PF, incluindo o Mauro Cid, coronel do Exército e ex-ajudante de ordens da Presidência da República.

 

 

 

 

New York Times

 

O jornal americano “The New York Times” deu evidência à utilização do certificado pelo ex-presidente para viajar aos Estados Unidos no final de 2022.

 

“A polícia brasileira acusou o Sr. Bolsonaro de ordenar a um assessor de alto escalão que obtivesse registros falsificados de vacinação contra a covid-19 para ele e sua filha, de 13 anos, no final de 2022, pouco antes de o ex-presidente viajar para a Flórida, onde ficou por três meses após sua derrota nas eleições”, escreveu o jornal.

 

O veículo ainda disse que a PF espera resposta do Departamento de Justiça dos EUA para saber se Bolsonaro de fato usou o certificado falso de vacinação para entrar no país, o que poderia resultar em novas acusações criminais contra o ex-presidente.

 

 

 

 

The Guardian

 

O jornal britânico “The Guardian” disse que o indiciamento da PF contra Bolsonaro é “a primeira acusação formal para o líder de extrema-direita em apuros, com outras possíveis ainda por vir”.

 

O “The Guardian” ainda relembrou o modo como Bolsonaro tratou a vacina e a pandemia, incluindo os e-mails da Pfizer que seu governo ignorou.

 

“Durante a pandemia, Bolsonaro foi um dos poucos líderes mundiais que se opôs à vacina, desafiando abertamente as restrições de saúde e encorajando a sociedade a seguir seu exemplo”, escreveu o jornal.

 

 

 

 

El País

 

O jornal espanhol “El País” disse que além do indiciamento da PF por dois crimes que Bolsonaro teria cometido, o ex-presidente também é investigado por golpismo e pela apropriação de joias sauditas dadas como presente ao Estado brasileiro.

 

O texto também dá evidência ao fato das investigações contra Bolsonaro estarem ganhando tração e traz a resposta do ex-presidente em que fala que ele nunca se vacinou e que isso não era segredo para ninguém, mas sem dar detalhes de como o registro de vacinação teria aparecido no sistema do SUS.

 

 

 

 

Clarín

 

O jornal argentino “Clarín” deu destaque ao depoimento de Mauro Cid à PF, que explicitou o envolvimento do ex-presidente no esquema: “ele deu a ordem”, escreveram no título, citando fala de Cid.

 

O “Clarín” também evidenciou a rede do esquema de falsificação dos certificados, que “envolveu militares, assessores, políticos e médicos (…) e que supostamente beneficiou Bolsonaro e seu entorno mais próximo” com “o objetivo de permitir que seus beneficiários contornassem as restrições sanitárias em outros países durante a pandemia.”

 

 

 

 

The Washington Post

 

O jornal “The Washington Post”, dos EUA, chamou Bolsonaro de “anti-vax”, expressão utilizada para pessoas que não acreditam em vacinas e se popularizou durante a pandemia de covid-19. O veículo também deu evidência ao fato dele utilizar o certificado forjado de vacinação antes de visita aos Estados Unidos.




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