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Soco-inglês, roupa preta, lista de presença e escolta armada: justiceiros criam grupos para ?caçar ladrões em Copacabana

Em grupos de rede social, integrantes definem como adeptos devem se vestir, esconder tatuagens e levar máscaras de Covid' para tapar rosto. Praticantes de jiu-jítsu também se mobilizaram

Publicada em 06/12/2023 as 07:18h por Por Matheus Rodrigues, g1
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 (Foto: Divulgação)

A rotina de violência em Copacabana nas últimas semanas motivou o reaparecimento de grupos "justiceiros" no bairro – como já visto em 2015.

 

 

Por grupos de WhatsApp, os adeptos se dividem em pelotões para “caçar” – como eles definem – quem rouba na região.

 

 

“Eu vou partir assim [com soco-inglês], quebrar osso da cara. Deixar eles [SIC] pior do que eles deixaram o coroa”, disse um integrante do grupo União dos Crias.

 

 

O homem fala sobre como iria vingar o ataque sofrido pelo empresário Marcelo Rubim Benchimol, que levou chutes e socos até desmaiar, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, ao tentar defender a personal trainer Natália Silva.

 

 

O g1 teve acesso a conversas que mostram os integrantes exibindo as armas que vão utilizar no ataque contra o “coreto” - termo que usam para identificar "bondes" de menores infratores.

 

 

Entre os objetos que são ostentados, estão soco-inglês, pedaços de pau e citam até uma 'retaguarda de peça” – ou seja, pessoas armadas para dar cobertura.

 

 

 

 

Precaução para não ser identificado

 

Os integrantes debatem sobre a melhor forma de “dar uma lição” nos suspeitos de roubo no bairro. Eles definem ainda que os integrantes devem usar roupa preta, esconder tatuagens e levar "máscaras de covid" para esconder o rosto.

 

 

“To pensando em levar umas cordas e fita crepe também. Deixar esses vermes pelados na pista, amarrar uns no poste de exemplo e ‘crepar’ outros iguais múmia”, diz um integrante.

 

 

“É perder muito tempo isso, tem que arrebentar e sair saindo”, sugeriu outro.

 

 

O g1 entrou em contato com a Polícia Civil para saber se há alguma investigação sobre os "justiceiros" e aguarda posicionamento.

 

 

 

Homens debatem sobre fazer justiça com as próprias mãos em Copacabana — Foto: ReproduçãoHomens debatem sobre fazer justiça com as próprias mãos em Copacabana — Foto: Reprodução

 

 

 

Lutador chama para 'limpeza de Copacabana'

 

Um professor de jiu-jítsu postou uma convocação em sua página – com 109 mil seguidores. Fernando Pinduka diz que está indignado com "agressões e covardias comandadas por vagabundos, assaltantes e desordeiros" e conta aos "amigos da luta" sua "intenção de organizar uma possível força-tarefa para neutralizar esses meliantes em defesa da tranquilidade do bairro".

 

 

"Seria fantástico um engajamento das academias e de lutadores da localidade participando dessa ideia, abraçando o projeto de limpeza em Copacabana".

 

 

 

As respostas foram rápidas:

 

"Mestre Pinduca, o seu chamado é uma ordem, já estou articulando por aqui, para saber como podemos fazer esse movimento acontecer", postou um seguidor.

 

 

"Pode contar comigo!!! E só chamar!!!!", escreveu outro.

 

 

Alta nos índices de violência

 

Segundo os dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP-RJ), com informações sobre os registros na 12ª Delegacia de Polícia Civil, entre janeiro e outubro de 2022 e 2023, Copacabana teve um aumento significativo nos indicadores sobre roubo e furto (veja nos dados abaixo).

 

Entre os indicadores de violência analisados, os de maior destaque negativo são:

 

Furto a transeunte, que aumentou 56,3% em um ano;

roubo de celular, com 47% de aumento;

furto de celular, com alta de 34,9%;

furto em coletivo, com 23% de aumento.

 

 

 

Indicadores de violência aumentam em Copacabana — Foto: Kayan Albertin / Arte g1

 




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