O presidente Lula conversou, nesse sábado (14), com os presidentes do Egito e da Autoridade Palestina. Um resumo com o teor das conversas foi divulgado pelo Planalto pouco depois.
Segundo o comunicado, Lula tratou com Abdel Fattah al-Sissi, do Egito, dos detalhes para a conclusão da operação de retirada dos brasileiros que estão na Faixa de Gaza. São 28 pessoas, sendo 14 crianças no grupo que se encontra na fronteira entre Israel e o país africano. Eles aguardam autorização egípcia para cruzar os países. A operação seria finalizada com um avião da FAB decolando do Egito rumo ao Brasil.
O comunicado, no entanto, não informa se o Egito fez a liberação. O texto diz apenas que Lula informou detalhes de como se daria a transferência dos brasileiros:
“O presidente Lula informou que assim que os brasileiros cruzarem a passagem de Rafah serão acompanhados pelo embaixador do Brasil no Egito até o Aeroporto de Arish, onde embarcarão imediatamente em aeronave da Força Aérea Brasileira com destino ao Brasil”, diz o comunicado sem informar a resposta de Abdel Fattah al-Sissi.
Na conversa, Lula teria reforçado ainda duas posições já externadas. A primeira delas é o pedido para a instalação de um corredor humanitário entre Gaza e o Egito para que os civis sejam retirados da zona de confronto entre Hamas e Israel. O Egito tem se recusado, até aqui, receber os refugiados e se limita a permitir apenas a circulação de ajuda humanitária. Novamente, o comunicado não faz menção à resposta de Abdel Fattah.
“Ambos concordaram com a urgência em se permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza. Nesse contexto, o presidente Lula informou que o Brasil deve enviar, entre outros itens, kits de medicamentos”, diz o texto neste ponto.
O segundo item reforçado por Lula, diz o Planalto, foi a atuação do Brasil no comando do Conselho de Segurança da ONU para se chegar a um cessar-fogo em Gaza. Mais cedo, o ministro Paulo Pimenta informou que essa seria a prioridade da gestão, neste momento.
“Ambos os presidentes reafirmaram a defesa da solução de dois Estados e acordaram manter consultas frequentes sobre a crise em curso”, finaliza o texto.
Ataque terrorista
Na conversa com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, o Planalto informou que Lula condenou os atos terroristas contra Israel. O texto, como tem sido padrão até aqui, não cita nominalmente o Hamas. Segundo o governo, a opção por não classificar o grupo islâmico como terrorista segue o padrão estabelecido pela ONU.
“Na conversa, Lula expressou preocupação com os civis na região e o bloqueio de ajuda humanitária. O presidente brasileiro condenou os ataques terroristas contra civis em Israel, reforçou a importância de um corredor humanitário e da libertação imediata de todos os reféns”, destaca o comunicado do Planalto emitido neste sábado.
Ainda segundo o texto, o presidente brasileiro também pediu ajuda de Abbas para concluir a retirada dos brasileiros em Gaza:
“Lula disse que os inocentes em Gaza não podem pagar o preço da insanidade daqueles que querem a guerra. Ambos reafirmaram a importância da busca por uma solução política e pela paz para a região. Lula ressaltou a disposição do Brasil em ajudar na busca da paz”, conclui o resumo divulgado.