A Polícia Federal (PF) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) imagens das supostas agressões contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, e sua família, no aeroporto de Roma, em 14 de julho.
As cenas mostram uma suposta agressão do empresário Roberto Mantovani a Alexandre Barci de Moraes, filho do ministro do STF. Fontes da cúpula da PF afirmaram à CNN que as imagens registradas por câmeras de segurança confirmam que o relato sobre agressões contra o ministro e seu filho no aeroporto e são “fiéis aos fatos”.
Conforme a PF, que investiga o caso, o circuito de segurança do local é fundamental para avançar nas investigações do caso, que aconteceu em 14 de julho. O pedido de envio dos vídeos avançou em agosto. A solicitação foi feita pelo Departamento de Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça brasileiro às autoridades italianas.
Os dirigentes então, antes de enviar, pediram parecer do Ministério Público italiano. O órgão foi favorável ao envio e repassou o caso para a Justiça italiana definir o envio.
Segundo a PF, é necessário mais tempo de análise para a conclusão das investigações com as imagens enviadas pelas autoridades italianas.
O ministro Dias Toffoli, relator do caso, atendeu ao pedido e prorrogou o inquérito por 60 dias.
Entenda
No dia 14 de julho, Moraes teria sido hostilizado por um grupo de brasileiros no Aeroporto Internacional de Roma. Os envolvidos são quatro integrantes de uma família de Santa Bárbara D’Oeste, interior de SP: o casal Roberto Mantovani Filho e Andréa Mantovani e o genro Alex Zanatta, além do filho do casal, Giovani Mantovani, que teria tentado conter os outros três.
Na ocasião, Andréa teria se aproximado do ministro e o chamado de “bandido, comunista e comprado”. Além dos xingamentos proferidos contra Moraes, o filho dele também teria sido agredido com um tapa por Roberto.
Após o episódio, os acusados embarcaram normalmente para o Brasil, mas, ao desembarcarem em Guarulhos (SP), foram abordados pela PF.
A defesa de Mantovani se manifestou por meio de nota.
“Causa estranheza o fato de ser decretado o sigilo das imagens do aeroporto na Itália e, na mesma decisão, ser baixado o sigilo dos autos, de sorte a que um relatório, feito por um agente da Polícia Federal, não por peritos, seja devassado com parte dessas mesmas imagens, com ilações extremamente tendenciosas, no mínimo criativas. Se as imagens captadas no aeroporto são sigilosas, o relatório que as revela de forma seletiva também deveria ser, por evidente. A impressão que fica é a de que o sigilo serve aos interesses de apenas uma das partes, com a utilização de imagens escolhidas a dedo, impedindo que a integralidade delas seja de conhecimento público. Fica muito evidente tratar-se de uma investigação que tem lado e que é nitidamente direcionada.
Roberto Mantovani teve sua mulher violentamente ofendida e ele apenas se defendeu, afastando o ofensor. Curiosamente, nessa seleção de imagens da PF não aparece o momento em que Roberto recebe um tapa do filho do Ministro. Assim que nos disponibilizarem as imagens, faremos um laudo completo, que evidencie os dois lados da moeda, esclarecendo amplamente o ocorrido.”