O vigia Otoniel da Silva Lopes, de 42 anos, afirma ter sofrido ofensas racistas por uma mulher que acompanhava um paciente do Hospital Casa São Bernardo, localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, na noite deste domingo (3).
Imagens feitas por testemunhas mostram as agressões da suspeita, que também empurrou e bateu no rosto do homem.
Otoniel relatou que, por volta das 21h50, Ana Cláudia Arantes Cardoso estacionou seu veículo em uma vaga destinada às ambulâncias. Segundo ele, outros agentes de segurança solicitaram que o carro fosse retirado, mas a mulher não acatou aos pedidos.
“Quando eu fiz a solicitação, ela tirou o veículo, mas o jogou em cima de mim. Quase me atropelou e quebrou os cones que fazem a sinalização”, explicou à reportagem.
A CNN entrou em contato com Ana Cláudia, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
De acordo com declaração registrada na Polícia Civil pelo vigia, minutos depois, a suspeita retornou ao hospital e passou a discutir com pessoas que estavam na recepção. Ana Cláudia alegou que foi assaltada e acusou os seguranças da unidade pelo crime.
“Ela estava gritando que deveriam entregar o telefone e o cordão de ouro dela e começou a agredir os agentes. Eu tomei a frente da situação e ela começou a me agredir e a me chamar de ‘preto, marginal, favelado, safado’. Foi uma situação bem difícil e constrangedora”, contou Otoniel.
Para o vigia, Ana Cláudia estaria alterada e agressiva. Ele também afirmou que teria se colocado como barreira física para impedir que ela invadisse o Centro de Terapia Intensivo pediátrico e a emergência e, então, foi agredido com socos pelo corpo e tapas no rosto.
Em nota, a Polícia Militar declarou que uma equipe do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) foi acionada e se dirigiu ao hospital para atender uma ocorrência de injúria racial. Na unidade, os militares foram notificados de que uma mulher agrediu fisicamente e direcionou insultos racistas a um funcionário.
A Polícia Civil informou que o caso foi registrado na 16ª DP (Barra da Tijuca) e as investigações seguem para esclarecer os acontecimentos. A audiência de custódia de Ana Cláudia acontece hoje, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Procurada, a Rede Hospital Casa apontou que não compactua com atos de discriminação e é comprometida com a inclusão, diversidade e em garantir um ambiente de trabalho seguro e livre de qualquer forma de violência ou desrespeito.
“A empresa lamenta o caso de agressão ocorrido contra o colaborador, e está prestando todo auxílio e cuidado necessário ao funcionário. O caso citado já se encontra em juízo e tem sido tratado e acompanhado pelos meios legais”, disse o comunicado.