O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nessa quarta-feira (23) que o ex-deputado Roberto Jefferson a permanecer internado em um hospital particular no Rio de Janeiro, para tratamento médico.
O ministro havia determinado no final de julho que fossem feitos exames sobre o quadro físico e mental do político para avaliar se ele teria que ficar preso na unidade de saúde ou se poderia ser transferido para hospital penitenciário.
Moraes também autorizou as visitas da filha e da mãe de Jefferson a ele, respectivamente Fabiana Brasil Francisco e Neusa Dalva Monteiro Francisco.
A Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro havia informado no processo que não “dispõe dos meios para ofertar ao paciente o adequado” acompanhamento médico.
A defesa de Jefferson se manifestou que ele precisa de tratamento intensivo “clínico, psiquiátrico, neurológico, nutricional e fisioterápico”, e que o Sistema Prisional fluminense “não possui estrutura necessária para fornecer o atendimento médico adequado”.
Uma junta médica de peritos da Polícia Federal também chegou à mesma conclusão sobre a fragilidade da saúde de Jefferson.
Médicos do sistema prisional do Rio de Janeiro disseram que o ex-deputado teve “alguma melhora” em seu quadro de saúde, mas que sua “estabilidade é extremamente frágil”.
“Seu grau de desnutrição ainda é elevado e necessitará de acompanhamento constante. Quanto ao seu psiquê mantém quadro depressivo, que dificulta e sua condição precária do aparelho digestivo, a manutenção da desnutrição”.
Prisão
Jefferson está preso preventivamente desde outubro de 2022, após atirar contra policiais federais que cumpriam mandados de busca e apreensão na casa dele, no interior do Rio de Janeiro.
Em junho, ele foi transferido para o Hospital Samaritano Botafogo, unidade particular de saúde, para tratamento médico por causa da falta de estrutura da unidade de saúde do Complexo Penitenciário de Gericinó, onde estava preso.
A prisão foi determinada por Alexandre de Moraes, que também autorizou a transferência para o hospital privado.
Na época, Moraes havia proibido Jefferson de receber visita sem prévia autorização judicial (com exceção da esposa e advogados), de frequentar ou acessar redes sociais, de conceder entrevistas sem autorização e de usar celulares, tablets, ou “quaisquer outros aparelhos eletrônicos de comunicação”.
Antes, o político estava custodiado em Bangu 8, no Hospital Penitenciário Hamilton Agostinho.