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Hacker diz à Polícia Federal que Bolsonaro perguntou se ele poderia invadir urnas

A aliados, Bolsonaro teria dito que ficou em silêncio em reunião com o hacker

Publicada em 03/08/2023 as 08:32h por Redação O Sul
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 (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O hacker Walter Delgatti Neto, preso nessa quarta-feira (2) pela Polícia Federal (PF), afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o questionou se seria possível invadir uma urna eletrônica.

A declaração de Delgatti, investigado por invasão em sistemas do Poder Judiciário, é citada na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que autorizou a operação desta quarta.

Delgatti disse que se encontrou com Bolsonaro no Palácio da Alvorada, em Brasília, e foi perguntado se “munido do código-fonte, conseguiria invadir a urna eletrônica”.

O hacker disse que “isso não foi adiante” porque o acesso dado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao código-fonte “foi apenas na sede do Tribunal” e ele “não poderia ir até lá”.

Bolsonaro ficou sabendo da operação por volta das 7h30 dessa quarta. O ex-presidente teria dito a advogados que ficou em silêncio em reunião com hacker e tranquilizou sua defesa afirmando que tem “zero” preocupação com ação.

Sobre o encontro com Bolsonaro, em declaração à imprensa nessa quarta, Zambelli alegou que Walter Delgatti ofereceu ao Partido Liberal (PL) um “serviço de participar de uma espécie de auditoria das urnas eletrônicas durante os primeiros e segundo turnos” e, em seguida, foi conhecer Bolsonaro “porque disse que teria muitas informações sobre tecnologia”.

“A conversa foi privada, mas a pergunta que o presidente fez foi se as urnas eram confiáveis, e ele respondeu que nenhum sistema tecnológico é confiável”, declarou Zambelli.

“A partir dali não houve mais qualquer contato com o presidente Bolsonaro”, acrescentou.

No depoimento citado na decisão de Moraes, Delgatti acrescentou que Bolsonaro “não teve qualquer relação com a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)”.

A investigação da PF aponta que, entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, teriam sido inseridos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, possivelmente, de outros tribunais pelo País, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos, além de um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.

O hacker alega que nenhuma outra pessoa além dele e da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) tiveram envolvimento na invasão.

A aliados, Bolsonaro teria dito que ficou em silêncio em reunião com o hacker.

A defesa de Delgatti reafirma que Bolsonaro teria perguntado a ele sobre a possibilidade de invadir urnas eletrônicas. O advogado Ariovaldo Moreira também falou que outros assuntos foram discutidos entre o ex-presidente e o hacker. Moreira disse ainda que o hacker não negocia uma delação.




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