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Em conversas, Bauermann se compromete a tentar aliciar atletas

Zagueiro do Peixe tentava reaver prejuízo da quadrilha por não ter recebido um cartão amarelo no jogo contra o Avaí, pelo Brasileirão do ano passado

Publicada em 10/05/2023 as 08:57h por Por Bruno Gutierrez, Victoria Leite e Yago Rudá ? São Paulo
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 (Foto: ge.globo)

Na troca de mensagens entre Eduardo Bauermann e uma quadrilha de apostadores às quais o ge teve acesso nesta terça-feira, o zagueiro do Santos é questionado se conseguiria envolver outros jogadores do Peixe no esquema de manipulação e se compromete a falar com pelo menos dois companheiros de equipe. 

A conversa acontece entre os dias 6 e 11 de novembro de 2022, datas em que o Santos enfrentou, respectivamente, Avaí e Botafogo, pelo Campeonato Brasileiro do ano passado. Bauermann é um dos 16 denunciados pelo Ministério Público de Goiás na Operação Penalidade Máxima II.

Na ocasião em que as mensagens foram trocadas, os apostadores tentavam reaver o dinheiro perdido pelo fato de o zagueiro não ter levado um cartão amarelo no jogo com o Avaí. Bauermann recebeu uma transferência bancária no valor de R$ 50 mil para participar do esquema. 

Sem sucesso na primeira aposta, a quadrilha tenta conseguir novos jogadores e, para isso, consulta Bauermann. O jogador se compromete a procurar dois companheiros no Santos para receberem cartões na partida contra o Botafogo, no Rio de Janeiro. Os nomes não foram revelados. 

 

Veja, abaixo, a troca de mensagens:

 

 

Apostador: "E quantos jogadores você arruma para tomar a porra do cartão no domingo?".

Bauermann: "Cara, posso ver quem está à disposição aqui. Acho que uns 2".

Apostador: "Certeza disso, mano? Dois caras mil grau que não vai fazer o que você fez".

 

 

Entenda o caso

 

 

O Ministério Público de Goiás fez uma nova denúncia sobre manipulação de jogos no futebol brasileiro. Estão sob investigação partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022, além de confrontos dos estaduais que aconteceram neste ano.

As informações foram publicadas pela Veja. São pelo menos 20 partidas sendo analisadas pelo MP. A nova denúncia foi acatada pela Justiça e feita a partir da busca e apreensão de equipamentos em fases anteriores da Operação Penalidade Máxima.

Os clubes e casas de apostas são tratados como vítimas.

Os casos investigados envolvem apostas para lances como punições com cartões amarelo ou vermelho e cometer pênaltis. Bruno Lopez de Moura, apostador que havia sido detido na primeira fase da operação, é visto pelo MP como líder da quadrilha no esquema de manipulação de resultados. Outras 16 pessoas podem virar réus no caso.

Na fase anterior da operação, alguns jogadores foram alvos de uma operação de busca e apreensão: os zagueiros Victor Ramos, da Chapecoense, Kevin Lomónaco, do Bragantino, Paulo Miranda, ex-Juventude, e Eduardo Bauermann, do Santos, os laterais-esquerdos Igor Cariús, do Sport, e Moraes, ex-Juventude e hoje no Atlético-GO, e o meia Gabriel Tota, ex-Juventude e atualmente no Ypiranga-RS.

Na fase atual, foram adicionados os nomes dos volantes Fernando Neto, ex-Operário-PR e hoje no São Bernardo, e Nikolas, do Novo Hamburgo-RS, e do atacante Jarro Pedroso, do Inter-SM.

O MP-GO pede a condenação do grupo envolvido na manipulação, além do ressarcimento de R$ 2 milhões aos cofres públicos por danos morais coletivos, ainda segundo a Veja.

Entre os detalhes obtidos nesta investigação do MP-GO estão os valores oferecidos para que os jogadores fizessem os atos previstos nas apostas. Veja abaixo quais são:

  • Palmeiras 2 x 1 Juventude

 

Foram oferecidos R$ 30 mil para que Moraes, lateral-esquerdo do Juventude, recebesse cartão amarelo. R$ 5 mil foram pagos antes do jogo. O atleta terminou de fato advertido.

Juventude 1 x 1 Fortaleza

 

Promessa de pagamento de R$ 60 mil, com R$ 5 mil depositados antes do jogo para que Gabriel Tota, atleta do Juventude, fizesse a transferência ao zagueiro Paulo Miranda, a fim de que ele fosse punido com amarelo, como ocorreu no jogo.

  •  
  • Goiás 1 x 0 Juventude

 

Promessa de pagamento de R$ 50 mil, sendo R$ 20 mil antes do jogo, para que o lateral-esquerdo Moraes levasse amarelo.

No mesmo jogo, também havia o combinado de se pagar R$ 50 mil, sendo R$ 10 mil antes do jogo, para que Paulo Miranda levasse amarelo. Romário Hugo dos Santos fez este pagamento à conta de Gabriel Tota, responsável pelo repasse ao zagueiro.

  •  
  • Ceará 1 x 1 Cuiabá

 

Promessa de pagamento de valor total incerto, mas R$ 5 mil foram entregues a Igor Cariús, do Cuiabá, antes do jogo, para que ele levasse o cartão amarelo. Ele levou a advertência e ainda teve um segundo cartão, que ocasionou sua expulsão.

Red Bull Bragantino 1 x 4 América-MG

 

Pagamento de R$ 70 mil, sendo R$ 30 mil antes do jogo para que o zagueiro do Bragantino Lomónaco levasse o cartão amarelo, como de fato aconteceu.

  • Cuiabá 1 x 1 Palmeiras

 

Pagamento de R$ 60 mil para que Igor Cariús levasse o cartão amarelo.

  •  
  • Sport 5 x 1 Operário

 

No jogo da Série B do Brasileirão passado, a promessa era de pagamento de R$ 500 mil, sendo R$ 40 mil pagos antes da partida para Fernando Neto, jogador do Operário, levar o cartão vermelho. Ele não foi expulso do jogo.

  •  
  • Guarani 2 x 1 Portuguesa

 

Promessa de pagamento de R$ 100 mil, para que Victor Ramos, da Portuguesa, cometesse um pênalti. Como Bruno, Ícaro e Zildo, três dos denunciados pelo MP, aparentemente não encontraram jogadores para manipular resultados na mesma rodada do Paulistão deste ano, não houve depósito antecipado, nem aposta no jogo.

 

  •  
  • Portuguesa 3 x 0 Bragantino

 

Promessa de pagamento de R$ 200 mil para que Lomónaco, zagueiro do Bragantino, cometesse um pênalti no primeiro tempo. Ele não aceitou.

 

  •  
  • Esportivo 0 x 0 Novo Hamburgo

 

Promessa de pagamento de R$ 80 mil, sendo R$ 5 mil depositados antes do jogo para que Nikolas, do Novo Hamburgo, fizesse um pênalti no jogo do Campeonato Gaúcho deste ano. Ele cometeu a penalidade.

 

  •  
  • Caxias 3 x 1 São Luiz

 

Pagamento de R$ 70 mil, sendo R$ 30 mil depositados antes da partida para que Jarro, do São Luiz, cometesse um pênalti no primeiro tempo do jogo do Campeonato Gaúcho de 2023. Ele fez a falta aos 15 minutos de jogo e pediu para ser substituído aos 28.

 

 




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