Esta semana, uma operação da Polícia Federal revelou que comprovantes de vacinação contra a Covid-19 de Jair Bolsonaro, familiares e auxiliares dele foram fraudados. O esquema registrava as vacinas como se elas estivessem em dia, o que era falso. Os registros adulterados foram emitidos pouco antes da viagem que o então presidente fez aos Estados Unidos, no fim do ano passado.
Seis homens ligados a Bolsonaro acabaram sendo presos na última quarta por envolvimento no esquema. Entre eles, o ex-major Ailton Barros e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, alvo de quatro inquéritos e agora também investigado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro.
Após a apreensão, a Polícia Federal seguiu os rastros do dinheiro. Os agentes descobriram que Mauro Cid tem uma conta bancária em Miami, de onde teria sacado os dólares em março.
O próximo passo é conseguir a quebra de sigilo dessa conta para levantar detalhes da movimentação financeira internacional do ex-ajudante de ordens da Presidência.
O advogado de Mauro Cid, Rodrigo Roca, falou sobre essa conta bancária à GloboNews na quinta (4), dia seguinte à prisão de seu cliente.
“Esse dinheiro não vem de cueca ou mala, vem de trabalho. É fato conhecido que todo militar que faz missão no exterior tem em seu favor aberta uma conta bancária no Banco do Brasil em Miami. Lá são depositados os soldos, foi comprovado imediatamente. Essa verba sequer poderia ter sido apreendida”, disse Roca.
O tenente-coronel de 44 anos está preso no Batalhão de Polícia do Exército Brasileiro, sob vigilância 24 horas. Ele fica em um cômodo com um pouco mais de 20 metros quadrados, uma janela com grades e um banheiro. O local tem ainda uma cama de solteiro, uma mesa de apoio e um armário.
A defesa de Bolsonaro disse que só iria se manifestar depois de ter acesso aos autos.