O engenheiro agrônomo Jerônimo Rodrigues (PT) foi eleito o novo governador da Bahia. A partir de janeiro do próximo ano, quando assumir o cargo, ele será o terceiro petista a comandar o estado, após oito anos de Jaques Wagner (PT) e oito anos de Rui Costa (PT).
Quando o petista foi declarado eleito, ele alcançou 52,53% dos votos, contra 47,47% de ACM Neto (União Brasil), que ficou com 47%, o que representa pouco mais de 3 milhões 782 mil votos. Foram registrados 8.206.962 votos válidos. O total de votos em branco foi de 109.759 (1,27%), e os votos nulos contabilizaram 351.010 (4,05%). O índice de abstenção foi de 20,39%.
Jerônimo iniciou a apuração em desvantagem, mas após cerca de uma hora de apuração, com cerca de 24% das urnas apuradas, passou na frente e seguiu até o final para ser eleito o 52º governador da Bahia.
A eleição foi decidida em dois turnos no estado, algo que não acontecia desde 1994. No primeiro turno, Jerônimo teve 49% dos votos, contra 40% de ACM Neto. A vitória no primeiro turno confirma o favoritismo do petista após a rodada inicial. No entanto, ele esteve atrás em todo primeiro turno, de acordo com as pesquisas de intenção de voto.
Derrotado, ACM Neto reconheceu o resultado após as urnas chegaram na totalidade da apuração. O candidato do União Brasil ligou para Jerônimo e desejou sorte ao novo governador. Em seguida, ACM Neto falou com a imprensa.
A eleição de Jerônimo, o governador Rui Costa faz o seu sucessor após dois mandatos e dá ao PT a oportunidade de chegar a 20 anos consecutivos no governo baiano. Antes de Rui, entre 2006 e 2022, o também petista Jaques Wagner chefiou o estado em dois mandatos.
Jerônimo Rodrigues Souza nasceu no povoado de Palmeirinha, na cidade de Aiquara, região sudoeste da Bahia, a 400 quilômetros de Salvador. Ele tem 57 anos.
Professor licenciado da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Jerônimo é casado Tatiana Velloso, engenheira agrônoma e professora da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB). Jerônimo e Tatiana são pais de João Gabriel.
Sua atuação no Governo do Estado começou em 2007, no governo Jaques Wagner, quando foi convidado para atuar como Assessor da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia. Em 2010, ainda no governo Wagner, passou a compor a equipe da Secretaria de Planejamento.
Em 2011, foi convidado para atuar em Brasília, onde foi Secretário Executivo Adjunto do Ministério do Desenvolvimento Agrário, e outros cargos no MDA durante o governo Dilma.
Em 2014, coordenou o Programa de Governo de Rui Costa, que seria eleito naquele ano. Já no governo, foi o primeiro titular da recém criada Secretaria de Desenvolvimento Rural. Em 2018 voltou a coordenar o programa de governo de Rui Costa, e no ano seguinte assumiu a Secretaria da Educação do Estado da Bahia, de onde saiu para ser candidato ao governo.
No primeiro turno, apesar das críticas, Jerônimo passou a crescer nas pesquisas de intenção de voto divulgadas pelo Ipec (antigo Ibope). Os primeiros números indicavam vitória de ACM Neto ainda no primeiro turno.
A virada só foi consolidada nas urnas, repetindo um movimento que aconteceu em 2006 e 2014, nas eleições dos primeiros mandatos de Jaques Wagner e Rui Costa, respectivamente, no entanto, desta vez com decisão em segundo turno.